A AMoBici – Associação Mobilidade por Bicicleta e Modos Sustentáveis é uma pessoa jurídica constituída sob forma de associação sem fins econômicos e que tem por finalidade promover o uso da bicicleta como meio de locomoção, transporte, lazer, turismo, desporto, e como instrumento de manifestações artísticas e culturais no município de Florianópolis. Através do seu Grupo de Trabalho (GT) CicloTrilhas Floripa, vem apresentar este projeto pelo qual se pretende celebrar um acordo de cooperação, sob os termos previstos na Lei Federal nº 13.019, de 31 de julho de 2014, entre a AMoBici e a Fundação Municipal do Meio Ambiente (FLORAM) da Prefeitura Municipal de Florianópolis, visando ao manejo e conservação de um conjunto de trilhas (históricas e públicas) para o Ciclismo de Montanha em Florianópolis.
O ciclismo de montanha está presente na Ilha de Santa Catarina há mais de 30 anos. Com o avanço da atividade e percebendo a necessidade de implementar práticas de manejo e uso sustentável e organizado das trilhas, um grupo de voluntários constitui-se para desenvolver este projeto de manejo e uso sustentável de 15 trilhas, consideradas multiuso, definição que abrange o compartilhamento entre pedestres, ciclistas e, onde a legislação permitir, cavaleiros.
Este objetivo fundamental também é contemplado em projeto pré-existente, denominado “Roteiros do Ambiente – trilhas e caminhos na Ilha de Santa Catarina, 2015”, que tem por meta revitalizar 34 trilhas do município através da implantação de equipamentos de segurança, sinalização e interpretação ambiental, além do manejo sistemático da vegetação e solo, situação que encontra total concordância com a proposta deste documento.
Este projeto apresenta justificativas sobre o uso compartilhado de trilhas em três dimensões; ambiental, social e econômico. Esta intervenção se faz necessária, uma vez que atualmente as 15 trilhas dentro deste projeto contabilizaram somente em um aplicativo (Strava), um total de 8.823 usuários desde 2009. Os dados certamente são subestimados já que nem todos os ciclistas utilizam o aplicativo, acredita-se que a quantidade de usuários nessas trilhas desde 2009 seja de 20-50% maior do que o apresentado.
Apresentamos nas justificativas para este projeto exemplos de outras unidades de conservação, assim como conceitos e práticas de manejo baseadas em manuais nacionais e internacionais. O conteúdo do projeto está na descrição das 15 trilhas detalhadas (Apêndice B) e as atividades de manejo sugeridas, com fotos das trilhas no Apêndice C. O cronograma de trabalho baseado nessas práticas é de 8 meses dentro do ano para a correta manutenção das condições e preservação das trilhas. Finalmente, apresentamos um orçamento básico utilizando uma equipe de voluntários já capacitada e com recursos financeiros oriundos de patrocinadores e dos próprios voluntários, sem nenhum ônus para o município. Os passos para elaboração de um Acordo de Cooperação são brevemente descritos no Apêndice F. Novamente, é importante ressaltar que este projeto se baseia no Programa Roteiros do Ambiente – Trilhas e Caminhos da Ilha de Santa Catarina, porém destinado ao público de ciclismo de montanha, embora as trilhas apresentadas no projeto sejam multiusuário.
Dentre os resultados esperado no escopo deste acordo de cooperação no manejo e uso das trilhas, esta proposta traz economias de recursos humanos e financeiros para a Prefeitura de Florianópolis. Com um grupo de mais de 60 voluntários e recursos financeiros de patrocinadores para o manejo dos 47,5 km de trilhas propostos, estima-se demanda de aproximadamente 4.180 horas de trabalho, o que representa um investimento na ordem de R$100.000,00 (cem mil reais) por ano para a manutenção das 15 trilhas no município de Florianópolis.
Outro resultado esperado é aliar concomitantemente o caminho das trilhas para o natural aumento usuários sem a degradação do ambiente natural que ocorre com o uso frequente dos roteiros, aliando o acesso público (controlado ou não) e com medidas de manejo sustentável de trilhas, diminuindo erosões e os impactos humanos que já ocorre hoje em dia. Além disso, com a melhoria da capacidade de suporte pelo manejo adequado, fica possibilitado que ciclistas de montanha e outros usuários de fora da cidade/estado realizem viagens não relacionadas com a estação do verão, alta temporada, dando oportunidade de desenvolver esta alternativa de turismo, gerando receitas e impostos que podem ser revertidos em melhorias ao meio ambiente e ao próprio município.
Por fim lembramos que é uma característica das cidades inteligentes (“smart cities”) a realização de parcerias entre a sociedade civil e sua estrutura governamental. Esperamos que este projeto seja o início de uma longa parceria que trará benefícios para Florianópolis.